quarta-feira, 20 de junho de 2012

Sobre a pressa


O homem tem pressa demais...
Pressa para ser atendido na fila do banco, do médico, do restaurante.
Faltam horas no relógio. Os dias voam nas poucas voltas que o medidor dá.
A paciência virou mito e a folga moeda de troca do sossego.
Sobram reclamações e sonhos.
Desejos de consumo que a cada dia só aumentam e nunca diminuem. Quando são supridos, logo são repostos.
As crianças crescem entre as zumbidos dos vídeo-games e a falta de palavras.
O que deles falta no homem é a ingenuidade perdida no rancor da rotina.
Antes disso, aprendemos na escola o ser vivo nascer, cresce, se reproduz e morre. O meandro a gente aprende sozinho.
A vida nos tirou a sutileza dos dias os tornando cansativos e agora nos encontramos numa sala de espera eterna durante pesadelos de olhos abertos.
O homem teve pressa demais...




(na sala de espera do meu médico em 23/01/2012)

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