domingo, 24 de junho de 2012

A calmaria

Ele dormia enquanto os baldes d'água limpavam o quintal.Nas espumas de sabão no chão branco seus sonhos se teciam em nuvens.Do alto ele à via. Observava a tatuagem sobre o ombro esquerdo, os pés descalços andando sobre suas pontas para não escorregar.Virava-se na cama.A exauridão acorda em seus olhos vermelhos. Ele não lembra com o que sonhou. Limpa os pés no pano sujo e lhe beija a boca. O bom dia com gosto de boa tarde a faz bocejar.Enquanto o chuveiro faz barulho, a toalha de mesa seca no varal.Nada reverbera na casa.Nada abala a calmaria.Nem a fuligem que chove sobre a roupa limpa.

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